Estilos de arco -parte 2: Formatos básicos

Continuando nossa série de “qual tipo de arco existe?” estamos dividindo o assunto em tópicos didáticos:

1-     Anatomia de um arco genérico;

2-     Formatos básicos de arcos;

3- Tecnologias e Acessórios;

4-    Variações técnicas;

5-     Estilos de arco em si (combinações das anteriores)

Agora que já falamos da anatomia punho – lâminas – corda, vamos para o ponto 2- formatos básicos de arco. Podemos dividir grosseiramente em três formatos: arcos longos, arcos recurvos e arcos compostos. 

Arcos longos

Não precisam ser necessariamente grandes em tamanho. O que os coloca nessa categoria é a curvatura contínua das lâminas, que se dobram em uma única direção. Quando estão puxados, esses arcos formam um D contínuo e a corda toca as lâminas em um único ponto de cada lado. Aquele arco que quase todo mundo fez quando era criança, amarrando uma corda em alguma coisa, entra nesse formato.

Arcos recurvos

Os arcos recurvos têm esse nome porque as lâminas fazem uma curva no centro e uma recurva nas pontas, ou seja, diferente da curva em uma direção do arco longo, o arco recurvo tem um centro curvado em uma direção, e pontas que se curvam na direção contrária. Basicamente, ficando com o formato de um bigode.

Essa contra curvatura nas pontas aumenta a aceleração da corda e melhora o aproveitamento de força, então você tem uma flecha mais rápida. Se um arco longo e um recurvo tiverem a mesma potência, o recurvo terá o tiro mais rápido e com maior alcance do que o longo.

Arcos compostos

Já os arcos compostos são os que possuem as roldanas nas pontas, vulgo “arco do Rambo”. Eles recebem esse nome por terem um sistema de polias compostas que ajudam na relação força/velocidade do arco. Grosso modo, você puxa uma corda que gira as duas polias móveis. Cada polia puxa um cabo, que dobra a lâmina oposta. Resultado: a força que você faz no arco equivale a aproximadamente ¼ da força real necessária para dobrar o arco sem as polias.

É muito comum que uma das polias ou as duas não sejam perfeitamente redondas, e sim ovais, com o eixo deslocado do centro físico: São as cams. Isso faz com que no final da puxada o arco alivie a força que você tem que sustentar, o que chamamos de let-off. A depender do design do arco, isso pode significar uma redução de até 90% da força no final da puxada.

Existem também os compostos de alavanca (imagem da direita). Nesse caso, explicando de forma muito superficial, as polias redirecionam a força da puxada para o sistema de alavancas gerado pelas lâminas. Como inclui polias e uma forma mecânica de aumento da força, arcos de alavanca se encontram na mesma categoria que os compostos em geral.

Se desconsiderarmos os materiais de confecção dos arcos, pensando apenas nos formatos, colocarmos esses três grupos em ordem de desempenho seria, do menor para o maior:

Aproveitamento de força: Longo –> Recurvo –> Composto

Velocidade de flecha: Longo –> Recurvo –> Composto

Peças móveis que podem dar problema: Longo –> Recurvo –> Composto

Facilidade na competição: Nenhum deles. Quem atira é o arqueiro. Sim, temos margens de resultados comuns diferentes, onde as pontuações de composto são muito maiores, mas essa é a razão desses arcos competirem em categorias separadas.

 
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